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Capital do Ceará, Ceará, Brazil
cearense,ex aluno Marista,canhoto,graduado em Filosofia pela UECE, jogador de futebol de fds, blogueiro, piadista nato e sobretudo torcedor do Ceará S.C. Não escreveu livros, não tem filhos e não tem espaço em casa para plantar uma árvore.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O último pôr-do-sol de 2008


Se o tempo existe e é inflexível, não se pode menosprezar o ritual reservado para o dia 31 de Dezembro de cada ano, quando, quer tomemos conhecimento ou não, subimos mais um degrau ou viramos mais uma pagina da história. Na verdade, esse ritual é muito mais amiúde. Ele acontece a cada pôr-do-sol.

Sob o ponto de vista secular, cada dia que passa, mais distanciamos do dia do nascimento e mais nos aproximamos do dia da morte. Sob o ponto de vista cristão, cada dia que passa mais nos distanciamos do paraíso perdido e mais nos aproximamos do paraíso recuperado. Precisamos ter certeza de que nossa história não está comprimida entre a vida e a morte.

Os dois pontos de vista são contrários entre si e estamos totalmente livres para abraçar um ou outro. Mas, há de se convir que o ponto de vista secular oculta a verdade e gera transtornos sérios, inclusive emocionais. Fazemos uma resistência desnecessária e inglória às coisas do espírito. É preciso romper corajosamente e sem demora com essa cegueira doentia e atravancadora de nossa felicidade. Sob o ponto de vista cristão, cada pôr-do-sol indica que o “momento de sermos salvos está mais perto agora do que quando começamos a crer” (Rm. 13.11, NTLH). Em outras palavras, a longa noite do pecado, sofrimento e morte está terminando e a manhã de glória está chegando. Não vamos para 2009 tendo em mente exclusivamente um ano de saúde, e de sucesso. Enxerguemos, também, pela força das convicções cristãs e da fé, aproximadamente maior da plenitude da glória, pois “os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória, pois “os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória por vir a ser revelada em nós”! (Rm.8.18).

Elben César , pela equipe Ultimato

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

E o ano está chegando ao fim


Ultrapassamos a metade do ultimo mês do ano. Se no catálogo dos meses há humores apropriados, o de dezembro é o sentimento de fim de festa, apesar das duas grandes que nos aguardam no fim do mês, Natal e Ano Novo. Agosto é um mês insosso, sem gosto, dezembro traz uma nostalgia imponente, de quem tenta desamarrotar o terno entre os cacos no chão. Dezembrando, começamos a balançar no último trecho da elipse que a terra descreve ao querer circundar o sol. Ciclo terminal arbitrário pois arbitrário foi o início referendado. Aliás, os últimos meses do ano são de uma arbitrariedade escandalosa, se lógicos seriam chamados mais propriamente de onzembro e dozembro. Surpreendentemente, os arbítrios criados sobre os tempos e os espaços são, às vezes, os mais severos árbitros da nossa curta existência.

O olhar nostálgico de dezembro é olhar sobre si próprio, sobre o ano que passou, introspecção e retrospecção quase monástica, a vasculhar especialmente os tropeços de uma alma que jamais abandona a sua vocação imoral. Olhar inútil porque o tempo precisa de tempo para ser percebido e a demissão de Marina da Silva, a eleição de Obama e a crise das bolsas serão objetos de avaliação permanente dos escavadores da história.

Não se espera que aconteça nada de novo em dezembro, como se esgotado em suas reservas. O tempo típico de dezembro não é o futuro, mas o passando, assim no gerúndio, que um particípio voraz tenta frustrado encapsular. Se ainda não compreendemos plenamente o significado do ano de 1968, a festa de quarenta anos que é 2008, estará se revelando pouco a pouco.

É impossível escapar de certa dezembração; dezembro é detalhe em estrutura ecológica de dimensões cósmicas, impregnando o macro e o micro-universo. Os flocos de dezembro que se precipitam sobre a nossa pele não saem com água e sabão; e assim imersos nessa banheira dezêmbrica nos aquietamos adormecentes, escolhendo qualquer saudade para mastigar.

Dezembradamente, vamos nos aproximando pouco a pouco das festas que encerram mês e ano. E são festas sobre começos. Natal, celebração do começo do homem mais celebrado de nossa história ocidental; Ano Novo, recomeço teimoso da insistência da terra em arrodear o sol. Ambas são festas que reúnem passado e futuro, sendo o Ano Novo festa de passagem, festa de intervalo, nem dezembro nem janeiro, mas forçada a começar em dezembro e terminar em janeiro.

Porque por mais que dezembro nos convide à reflexão, por mais que o passado seja cheio de lições e surpresas a dezembromar, precisamos cumprir os ritos de passagem de nossa civilização e, mesmo que isso pareça uma violência, iremos necessariamente ajaneirar.
Marcos Monteiro

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Como eu te amo




Como se ama o silêncio, a luz, o aroma,
O orvalho numa flor, nos céus a estrela,
No largo mar a sombra de uma vela,
Que lá na extrema do horizonte assoma;


Como se ama o clarão da branca lua,
Da noite na mudez os sons da flauta,
As canções saudosíssimas do nauta,
Quando em mole vaivém a nau flutua,


Como se ama das aves o gemido,
Da noite as sombras e do dia as cores,
Um céu com luzes, um jardim com flores,
Um canto quase em lágrimas sumido;


Como se ama o crepúsculo da aurora,
A mansa viração que o bosque ondeia,
O sussurro da fonte que serpeia,
Uma imagem risonha e sedutora;


Como se ama o calor e a luz querida,
A harmonia, o frescor, os sons, os céus,
Silêncio, e cores, e perfume, e vida,
Os pais e a pátria e a virtude e a Deus:


————


Assim eu te amo, assim; mais do que podem
Dizer-to os lábios meus, — mais do que vale
Cantar a voz do trovador cansada:
O que é belo, o que é justo, santo e grande
Amo em ti. — Por tudo quanto sofro,
Por quanto já sofri, por quanto ainda
Me resta de sofrer, por tudo eu te amo.
O que espero, cobiço, almejo, ou temo
De ti, só de ti pende: oh! nunca saibas
Com quanto amor eu te amo, e de que fonte
Tão terna, quanto amarga o vou nutrindo!
Esta oculta paixão, que mal suspeitas,
Que não vês, não supões, nem te eu revelo,
Só pode no silêncio achar consolo,
Na dor aumento, intérprete nas lágrimas.


————


De mim não saberás como te adoro;
Não te direi jamais,
Se te amo, e como, e a quanto extremo chega
Esta paixão voraz!


Se andas, sou o eco dos teus passos;
Da tua voz, se falas;
o murmúrio saudoso que responde
Ao suspiro que exalas.


No odor dos teus perfumes te procuro,
Tuas pegadas sigo;
Velo teus dias, te acompanho sempre,
E não me vês contigo!


Oculto e ignorado me desvelo
Por ti, que me não vês;
Aliso o teu caminho, esparjo flores,
Onde pisam teus pés.


Mesmo lendo estes versos, que m'inspiras,
— "Não pensa em mim", dirás:
Imagina-o, se o podes, que os meus lábios
Não to dirão jamais!


————


Sim, eu te amo; porém nunca
Saberás do meu amor;
A minha canção singela
Traiçoeira não revela
O prêmio santo que anela
O sofrer do trovador!


Sim, eu te amo; porém nunca
Dos lábios meus saberás,
Que é fundo como a desgraça,
Que o pranto não adelgaça,
Leve, qual sombra que passa,
Ou como um sonho fugaz!


Aos meus lábios, aos meus olhos
Do silêncio imponho a lei;
Mas lá onde a dor se esquece,
Onde a luz nunca falece,
Onde o prazer sempre cresce,
Lá saberás se te amei!


E então dirás: "Objeto
Fui de santo e puro amor:
A sua canção singela;
Tudo agora me revela;
Já sei o prêmio que anela
O sofrer do trovador.


"Amou-me como se ama a luz querida,
Como se ama o silêncio, os sons, os céus,
Qual se amam cores e perfume e vida,
Os pais e a pátria, e a virtude e a Deus!"

Assim eu te amo, assim; mais do que podem
Dizer-to os lábios meus, – mais do que vale
Cantar a voz do trovador cansada;
O que é belo, o que é justo, santo e grande
Amo em ti, - Por tudo quanto sofro,
Por quanto já sofri, por quanto ainda
Me resta sofrer, por tudo eu te amo.
(...)



DIAS, Gonçalves. “Como eu te amo”.
In: Poesia completa e prosa escolhida.
Rio de Janeiro, Aguilar, 1959 p. 128.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Meu nome é crise

Há tempos não se falava tanto de mim como agora. Tudo por causa de uma crise no sistema financeiro. A África anda, também há tempos, em crise crônica - de democracia, de alimentos, de recursos; quem fala disso?

Existe ameaça de crise do petróleo; governantes e empresários parecem em pânico frente à possibilidade de não poder alimentar 800 milhões de veículos automotores que rodam sobre a face da Terra.No último ano, devido ao aumento do preço dos alimentos, o número de famintos crônicos subiu de 840 milhões para 950 milhões, segundo a FAO; mas quem se preocupa em alimentar miseráveis?Meu nome deriva do grego krísis, discernir, escolher, distinguir - enfim, ter olhos críticos. Trago também familiaridade com o verbo acrisolar, purificar. Ao contrário do que supõe o senso comum, não sou, em si, negativa. Faço parte da evolução da natureza.

Houve uma crise cósmica quando uma velha estrela, paradoxalmente chamada supernova, explodiu há 5 bilhões de anos; seus cacos, arremessados pelo espaço, deram origem ao sistema solar. O sol é um pedaço de supernova dotado de calor próprio. A Terra e os demais planetas, cacos incandescentes que, aos poucos, se resfriaram. Daqui a 5 bilhões de anos o sol, agonizante, também verá sua obesidade dilatada até se esfacelar nos abismos siderais.

Todos nós, leitores, passamos pela crise da puberdade. Doeu ver-nos expulsos do reino da fantasia, a infância, para abraçar o da realidade! Nem todos, entretanto, fazem essa travessia sem riscos. Há adolescentes de tal modo submersos na fantasia que, frente aos indícios da idade adulta, que consiste em encarar a realidade, preferem se refugiar nas drogas. E há adultos que, desprovidos do senso de ridículo, vivem em crise de adolescência...

Resulto da contradição inerente aos seres humanos. Não há quem não traga em si o seu oposto. Quantas vezes, no trânsito, o mais amável cidadão arremessa o carro sobre a faixa de pedestres; a gentil donzela enfia a mão na buzina; o aplicado estudante acelera além da conveniência! Não é fácil conciliar o modo de pensar com o modo de agir.Estou muito presente nas relações conjugais desprovidas de valores arraigados. Sobretudo quando a nudez de corpos não traduz a de espíritos e o não-dito prevalece sobre o dito. Felizmente muitos casais conseguem me superar através do diálogo, da terapia, da descoberta de que o amor é um exercício cotidiano de doação recíproca. O príncipe e a fada encantados habitam o ilusório castelo da imaginação.

Agora, assusto o cassino global da especulação financeira. Acreditou-se que o capitalismo fosse inabalável, sobretudo em sua versão neoliberal religiosamente apoiada em dogmas de fé: o livre mercado, a mão invisível, a capacidade de auto-regulação, a privatização do patrimônio público etc.Dezenove anos após fazer estremecer o socialismo europeu, eis-me a gerar inquietação ao mercado. A lógica do bem-estar não lida com o imprevisto, o fracasso, o inusitado, essas coisas que decorrem de minha presença. Os governantes se apressam em tentar acalmar os ânimos como a tripulação do Titanic, enquanto a água inundava a quilha, ordenou à orquestra prosseguir a música...

Tenho duas faces. Uma, traz às minhas vítimas desespero, medo, inquietação. Atinge aquelas pessoas que não acreditavam em minha existência ou me encaravam como se eu fosse uma bruxa - figura mitológica do passado que já não representa nenhuma ameaça.Minha outra face, a positiva, é a que a águia conhece aos 40 anos: as penas estão velhas, as garras desgastadas, o bico trincado. Então ela se isola durante 150 dias e arranca as penas, as garras, e quebra o bico. Espera, pacientemente, a renovação. Em seguida, voa saudável rumo a mais 30 anos de vida.

Sou presença frequente na experiência da fé. Muitos, ao passar de uma fé infantil à adulta, confundem o desmoronar da primeira com a inexistência da segunda; tornam-se ateus, indiferentes ou agnósticos. Não fazem a passagem do Deus "lá em cima" para o Deus "aqui dentro" do coração. Associam fé à culpa e não ao amor.

Acredito que este abalo na especulação financeira trará novos paradigmas à humanidade: menos consumismo e mais modéstia no padrão de vida; menos competição e mais solidariedade entre pessoas e empreendimentos; menos obsessão por dinheiro e mais por qualidade de vida.Todas as vezes que irrompo na história ou na vida das pessoas, trago um recado: é hora de começar de novo. Quem puder entender, entenda.

Frei Betto

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Ele tudo pode fazer...




“respondeu-lhe o Senhor: quem fez a boca do homem? Ou quem faz o
mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o Senhor? Vai, pois, agora e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar.”

Êxodo 4:11

Com Deus à frente podemos fazer coisas nunca imaginadas. Tudo realmente se torna diferente se admitimos que Ele tudo pode fazer. Nosso papel é confiar.

Sendo instrumentos nas mãos de Deus
Nossas fraquezas ganham força
Nosso temor dá lugar
Ao servo que sabe em quem crê
Com vocês, ao serviço d'Ele, Thiago Oliveira Braga

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Dia Mundial da Φιλοσοφία


Dia internacional da Filosofia

Um dia do calendário mundial dedicado à Filosofia foi o que a UNESCO instituiu para que o papel da Filosofia seja fortalecido e para que seja reconhecida sua fundamental importância para a sociedade. Uma nova data para uma prática tão antiga como é o filosofar. Esse dia é a terceira quinta-feira do mês de novembro que, pelo 6º ano vêm sendo comemorado com grandes eventos em todo o mundo e, através desses eventos, se oportunizando a criação de espaços para o diálogo intercultural, para se debater o ensino da filosofia, para gerar novas perspectivas sobre a contemporaneidade e o mundo. Esses eventos marcam a história, reacendendo os debates filosóficos em todo o planeta.

Para aqueles que buscam a reflexão em suas atividades incluindo o pensamento filosófico em seu viver...

"Toda filosofia é um combate.
Sua arma?
A razão.
Seus inimigos?
A tolice, o fanatismo, o obscurantismo.
Seus aliados? As ciências.
Seu objeto? O todo, com o homem dentro.
Ou o homem, mas no todo.
Sua finalidade?
A sabedoria: a felicidade, mas na verdade."

COMTE-SPONVILLE, André, A apresentação da filosofia, p. 14, Martins Fontes, 2002.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Nosso tempo


"Deus não exige muito do nosso tempo, nem da nossa atenção. Ele não exige nem todo o nosso tempo nem toda a nossa atenção; é a nós mesmos que Ele quer."
(C. S. Lewis).

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Reforma Protestante


No dia 31 de outubro comemora-se o aniversário da Reforma Protestante, marco importante na história do cristianismo pelo fato da mesma simbolizar um desejo de se restaurar a pureza da fé cristã, tão contaminada, na época, pelo envolvimento da igreja com o poder temporal.

Impondo a bandeira da “Sola Escriptura e Sola fidei” (Só a Bíblia e só a fé), Martinho Lutero, impulsionado por vários episódios que já vinham acontecendo ao redor da Europa, escreveu as famosas 95 teses, denunciando o desvio da igreja católica e convocando o povo cristão de então, a um retorno a fé evangélica. Denunciava ele, a cobrança de indulgência, idolatria, nepotismo e tantas outras idéias maléficas que tomaram conta do imaginário cristão de então. Martinho Lutero defendia que todos deviam ter livre acesso às escrituras, interpretando as mesmas sob a orientação do Espírito Santo e que a salvação era fruto da fé no sacrifício redentor do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Uma belíssima história de luta e muito sangue derramado, envolveu este episódio da história da humanidade e em especial do cristianismo. Hoje somos fruto daquela luta de mais de 500 anos atrás. Temos uma tradição riquíssima e cheia de “ruas” que ainda precisam ser descobertas e conhecidas até os nossos dias, com o objetivo de enriquecer ainda mais a tradição Protestante.

Olhando para os dias atuais e percebendo a total falta de conhecimento da parte de muitos que se dizem “protestantes”, mas que lamentavelmente não conhecem a história e ainda fazem questão de demonizá-la, afirmando que tradição é coisa de crente frio que não tem o Espírito Santo, ou ainda percebendo “crentes” que estão mais atualizados com o Halloween (festa das bruxas) do que com o fato da mais alta relevância histórica que é a Reforma; ficamos a pensar o que será do nosso futuro como igreja protestante nos próximos anos e por que não pensarmos logo o que será também das próximas gerações de cristãos protestantes ao redor do mundo?

A chamada igreja protestante brasileira, que é a que eu conheço um pouco, tem a cada dia se transformado numa coisa estranha e muito distante dos princípios que nortearam a Reforma; uma igreja em que o místico ocupa todas as atenções enquanto que a reflexão teológica crítica aos poucos vem sendo banida da mesma e ainda por cima acusada de ser a causa da frieza e do descaso moral e ético de muitos “crentes”; uma igreja mais preocupada com resultados, crescimento numérico e sucesso no campo empresarial do que preocupada em servir a humanidade colocando-se como a serva dos servos através de ações concretas de combate a miséria, fome, desemprego, prostituição infantil, racismo, homofobia e tantas outras manifestações de pecado em nossa sociedade; líderes religiosos que, a exemplo dos líderes da época da primeira Reforma, buscam para si títulos, poder e influência em vez de se colocarem como exemplo dos fiéis, servindo-os com suas vidas e atitudes, mediante uma vida digna, porém sem opulência; uma igreja que cresce numericamente através dos vários pacotes (G12, G5, Igreja com Propósito, Rede Ministerial, Evangelismo Explosivo, etc.) e ocupa espaço na mídia e na arquitetura das grandes cidades brasileiras, mais que a cada dia cai no descrédito das pessoas se nivelando por baixo na sua conduta ética em meio ao mundo em que estamos inseridos.

Enfim, precisamos urgentemente de uma nova e vigorosa reforma no seio da igreja atual. Uma nova e vigorosa reforma que resgate os pilares teológicos defendidos pelos primeiros “pais” da tradição cristã; uma reforma que resgate o servir como exemplo de sucesso e a simplicidade, como meta a ser seguida e desejada por todos. Uma reforma que resgate a oração, a leitura e estudo da Palavra de Deus e, consequentemente, traga um avivamento de mudança de vidas e das estruturas do mundo em que vivemos, uma reforma que faça a igreja olhar para a ecologia e sua aflição em nosso planeta e que por fim, faça-nos resplandecer a luz do evangelho através de uma vida simples, séria, cheia do Espírito Santo e totalmente contaminada com o exemplo de serviço do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Pr. Wellington Santos

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

27 anos de vida.


"Nas tuas mãos (, Deus), estão os meus dias" Sl 31:15


Para quem não sabe dia 20 de Outubro é meu aniversário. Sim, 27 anos. 27 anos de vida. Vinte e sete. Eita lasquera. Vinte e sete anos felizes. Confesso que não tenho grandes motivos para comemorar, mas de maneira nenhuma perco a oportunidade de celebrar a VIDA, e desde de já agradeço as mensagens pelo celular, e-mails, ligações, e por mais difícil que possa vir a ser as congratulações feitas pessoalmente (é verdade, hoje em dia AINDA existem gestos concretos).

Muito obrigado a todo pelo carinho, tanto pelos de longe quanto os que estão pertinho, me alegro com todos vocês no dia de hoje. Deus abençoe a vida de cada um.
Muito Obrigado.

Capital do Ceará 20 de Outubro de 2008.

PS.: Pra quem não sabe agora além de professor de Filosofia, "Pastor" de Adolescentes e estudante universitário, fui convidado a ser colunista num site que fala de futebol , então é só clicar em http://www.futebolemfoco.com.br/ e prestigiar a coluna do seu amigo.
Vale a pena conferir.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Seguindo em frente, olhando para o alto.


Está chegando mais um 20 de Outubro.

Para os que convivem comigo é uma data especial, e partilho com todos aquilo que veio ao meu coração, nesses dias que antecedem a data tão especial.Obrigado pela atenção, e que Deus nos abençoe.


"Não há como construir um prédio sólido sobre uma base frágil.
Os engenheiros afirmam que os alicerces de uma construção pode ser a parte mais cara do projeto.
É cara mais é necessária.
Para construir o alicerce da Verdade é preciso sair do pensamento mágico que propõe algo do tipo um dia vou encontrar alguém que eu possa amar e que me entenderá.

O risco de viver à espera desse ser especial é não aceitar o outro e entrar no jogo do Julgamento.

Lembre-se:

Não existem vítimas e algozes, pessoas boas e más.Nos vivemos papéis complementares nos teatros da vida. Isto é, não encontramos pessoas especiais, construímos relações especiais.

O que tenho em mãos é sempre pouco, quando comparado ao que precisaria ter para realizar os meus projetos e desejos. E não importa se estou falando de tempo, dinheiro, pessoas ou poder.

Sempre o que tenho parece menos do que precisaria para fazer o que quero. Também é assim com você ?

As jóias da vida tem um preço para serem encontradas e lapidadas.
Dêem o valor devido as que fazem parte da suas histórias.
Não há atalho.
Não há caminho largo."


Thiago Oliveira Braga
Capital do Ceará,16 de Outubro de 2008.

domingo, 12 de outubro de 2008

Como viver num mundo de parcerias frouxas e eminentemente revogáveis


Zygmunt Bauman é considerado hoje um dos sociólogos mais influentes do mundo. Professor emérito de sociologia na Universidade de Leeds e na Universidade de Varsóvia, seu livro mais recente é “Amor Líquido - Sobre a Fragilidade das Relações Humanas” (Rio de Janeiro: Jorge ZAHAR Editor, 2003) de onde tirei os conceitos e extraí citações para estas reflexões.

A tese de Bauman é que vivemos em um mundo líquido, que detesta tudo o que é sólido e durável, tudo que não se ajusta ao uso instantâneo nem permite que se ponha fim ao esforço. O amor, nesse mundo líquido, é amor líquido. A tirania do mercado explica em parte esta característica rarefeita de tudo. Estamos na era do homo consumens. O que caracteriza o consumismo não é acumular bens (quem o faz deve também estar preparado para suportar malas pesadas e casas atulhadas), mas usá-los e descartá-los em seguida a fim de abrir espaço para outros bens e usos.

Estar excluído da sociedade de consumo equivale a ser um fracassado, um incompetente. Um consumidor falho fica se utilizando dos mesmos bens, e a utilização repetida o priva da possibilidade de sensações novas e inéditas. Isso os leva ao tédio e à frustração. Ser bem sucedido é conviver com novidades, variedades, e rotatividade.

Daí surge a cultura do aluguel e do descartável (e por isso mesmo mais barato). Nesta sociedade líquida, você não compra, aluga. Comprar implica posse e permanência. Alugar implica rotatividade sem ônus. O descartável pode ser facilmente substituído sem muito prejuízo: vale a relação custo benefício, ou tempo de benefício. No mercado, tudo está ao alcance do cartão de crédito, e a distância entre o desejo e sua satisfação está cada vez mais curta. E, portanto, o descarte cada vez mais rápido. A experiência sexual e relacional segue o mesmo padrão e raciocínio. Seu parceiro pode abandonar você a qualquer momento, sem o seu consentimento.

Anthonny Giddens, outro célebre analista da chamada pós-modernidade, fala dos “relacionamentos puros”, onde as relações permanecem enquanto satisfazem as partes. São relacionamentos nos quais se entra apenas pelo que cada um pode ganhar e se permanece apenas enquanto ambas as partes imaginem que estão proporcionando a cada uma satisfações suficientes para permanecerem nas relações. Viver juntos é “por causa de” e não “a fim de”. Enquanto há razões a parceria permanece. Os parceiros já não se enxergam como construtores de si mesmos, um do outro e da própria parceria.

Parcerias frouxas e eminentemente revogáveis substituíram o modelo da união pessoal “até que a morte nos separe”. Bauman chama isso de “relacionamentos de bolso”, que compara com vitamina C: em grandes doses podem causar náuseas e prejudicar a saúde. Por esta razão, a “sociedade líquida” prefere os relacionamentos diluídos, para que possam ser aproveitados. Os compromissos intensos e de longo prazo são uma armadilha a ser evitada. O compromisso fecha a porta para novas possibilidades (quem sabe, até melhores). Mantenha sempre sua porta aberta, dizem os “especialistas”.

Viver juntos foi substituído por ficar juntos. A convivência foi substituída pelos encontros episódicos. O casamento foi substituído pela sucessão de romances com sexo. O divórcio foi substituído pelos CSS - casais semi separados. As amizades foram substituídas pelas salas de chat e as redes, onde se pode conectar e desconectar sem qualquer compromisso, promovendo relações fantasiosas ou profundas protegidas pelo anonimato. Ralph Waldo Emerson acertou ao afirmar que “quando se é traído pela qualidade, tende-se a buscar desforra na quantidade”.

Na compulsão de tentar novamente, e obcecado em evitar que a atual experiência sabote a futura, ou sempre em expectativa de que o melhor está por vir e que há sempre algo melhor pelo que esperar, as pessoas acabam desaprendendo o amor, tornam-se incapazes de amar. A sensação de que se pode ser abandonado, substituído a qualquer momento impede a entrega total, e porque não se entrega totalmente, o amante parcial vive com a constante sensação de que está vivendo um equívoco, ou que está esquecendo algo, ou deixando de experimentar alguma coisa. Isso faz com que o amante parcial viva carregado de ansiedade. E, pior do que isso, está condenado a permanecer para sempre incompleto e irrealizado. Bauman diz a respeito que estão “numa viagem nunca termina, o itinerário é recomposto em cada estação, e o destino final é sempre desconhecido”.

A resposta cristã para esta “sociedade líquida” que vive de “amores líquidos” deve considerar, pelo menos, três fatos. Em primeiro lugar, lembre-se que o amor encontra seu significado, não na posse das coisas prontas, completas e concluídas, mas no estímulo a participar da gênese dessas coisas. Martinho Lutero nos adverte que “o amor de Deus não se destina ao que vale a pena ser amado, mas cria o que vale a pena ser amado”. Em outras palavras, não espere pessoas prontas, caminhe com elas rumo à maturidade.

Lembre-se também que o amor não é um caminho de satisfação, mas de transformação e realização. Hans Burki ensinou que “mais da mesma coisa nos deixa no mesmo lugar”. Em outras palavras, quando seu relacionamento não estiver satisfatório, não mude parceiro ou parceira, mude o relacionamento.

Finalmente, lembre-se que o amor não é um episódio, mas uma caminhada comum. Não acontece na relação superficial, esporádica, virtual, meramente física, mas num relacionamento de proximidade que conduz à intimidade em direção à profundidade do ser que ama (dos seres que se amam). Em outras palavras, não confunda paixão e sexo com amor.

A sociedade anticristã não vive da negação do que é cristão, mas da deturpação. Para deturpar, você priva, exacerba (exagera) ou distorce. O amor líquido é uma falsificação do amor sólido. Isto é, para conspirar contra o amor, o diabo não precisa semear o ódio (a maioria rejeita), basta semear o amor líquido. A sociedade líquida está iludida. Carece de gente que viva relacionamentos de “amor sólido” para que conheça a verdade e seja liberta de sua ilusão.

[Ed René Kivitz]

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

acautelai-vos ...


“... acautelai-vos que ninguém vos engane. Pois muitos virão em meu nome dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos.” Mt. Cap.24.4,5.


Depois de seu nascimento a Igreja de Cristo começou a enfrentar oposição de seu maior inimigo, o diabo, e a primeira arma usada por ele foi a perseguição, a segunda foi mais sutil, e o apóstolo Pedro a denuncia em sua segunda epístola chamando-a de heresia (2Pe. Cap.2.) que é o mesmo que sofisma, uma mentira propagada como sendo verdade. Essa arma ainda hoje é usada por ele e esta levando muitos cristãos ao erro e gerando muita confusão no meio do povo de Deus.
Paulo em sua epístola aos colossenses fala dos quatro pilares que são a base dos que divulgam ensinos que são estranhos as Sagradas Escrituras, são eles: a filosofia humana, o legalismo, o misticismo e o asceticismo. E o que contribui para o avanço desse tipo de “doutrina” no seio do cristianismo é o fato do cristão não aceitar a suficiência de Jesus Cristo em nossas vidas, e a graça (favor imerecido) de Deus que a nós foi entregue uma vez por todas por meio do sacrifício vicário de Jesus na cruz.

O apóstolo Paulo falando aos colossenses faz um profundo sumário quando diz que em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento (2.3), porque nEle habita corporalmente toda a plenitude da Deidade (2.9). Ele é o Cabeça de todo principado e potestade (2.10). Ele é a própria vida (3.4)! O que mais poderia dizer o apóstolo para asseverar a absoluta suficiência de nosso Senhor?

Os cristãos hodiernos estão seguindo os mesmos passos dos colossenses quando não aceitam a suficiência de Jesus, sobre isso o Pr. John Macarthur fala com muita propriedade:
“Eles praticam uma busca fútil por algo mais. Esse é um fogo herético em parte abanado pela falsa noção de que a salvação é insuficiente para transformar os crentes e equipá-los para a vida cristã. Aqueles que estão sob a influência desta falsa noção acreditam que precisam de algo mais — mais de Cristo, mais do Espírito Santo, um tipo de experiência de êxtase, visões místicas, sinais, maravilhas, milagres, uma segunda bênção, línguas, níveis espirituais mais elevados ou mais profundos, ou o que quer que seja.”

Hoje as pregações feitas nos pulpitos das igrejas têm os mesmos quatro elementos heréticos que estavam influenciando os cristãos da igreja de colossos.Vemos pastores pregando uma conduta de vida baseada numa filosofia Kennedyana ou Huxleyana. John Kennedy defendia o cristianismo moderno ou humanisticoi e Aldous Huxley o cristianismo orientalizado, místico, o antigo panteísmo oriental.

Ouvimos que devemos orar para ter mais poder de Deus, para que possamos nos tornar cidadãos de kripton, e assim, nos tornarmos super seres. Dizem que é preciso alcançar um nirvana espiritual para sentir a presença de Deus, os tais que advogam isso nunca leram Rm 1.17; Hc 3.17,18, onde devemos viver pela fé e não por sentimentos (Jr 17.09). Nem mesmo leram Mt 6.08; Mc 12.30; Rm 12.1, se tivessem lido teriam entendido que a oração é para se relacionar com o criador, e que a base para esse relacionamento é o amor e a gratidão.
Nos orientam a praticarmos o asceticismo dizendo que o mundo jaz no maligno, por isso ouvimos não toque,não coma, não beba, não se misture com essa gentalha, os tais nunca leram os evangelhos, pois, Jesus procurava os tidos por marginais, os ladrões, as meretrizes, os não “santos”, aqueles que viviam a margem da “santa”sociedade. Jesus nunca disse palavras asperas com aqueles que já estvam em frangalhos por uma vida de pecado e de ausência de Deus, nunca os trancafiou no inferno antecipadamente, nunca tripudiou em cima de suas desgraças ou ficou feliz com a sua queda (pobre Caio, Jymie, Napoleão, etc ).

Por isso, para que a igreja exorcise e erradique esse mal sigamos o conselho de Jesus “...acautelai-vos que ninguém vos engane...”, e observemos com atenção o lema da Reforma de Lutero: sola Gratia, sola Fide, sola Escriptura, solus Christus, sole Deo Glória.

Porque dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas eternamente amém.

Gilcélio Rebouças

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

As incoerêcias



Saber o que se deve fazer
Fazer o que é preciso saber
Fechar os olhos para aquilo que se sabe
E fazer aquilo que não se deve.
Isso é...

Praticar a eloqüência
Apenas para discursar
E praticar o discurso
Apenas na eloqüência.
Isso é...

Ao planeta foram dados os animais e os homens,
Aos animais foi dado o instinto selvagem,
Aos homens foi dado o raciocínio e inteligência,
Com o raciocínio e inteligência criou-se o instinto selvagem,
Isso é...

O discurso consegue mostrar:
Árvores, os ventos nas folhas, o riacho com águas cristalinas;
Mas na pratica só se vê: moveis, ventos poluídos e esgotos cristalinos.
Isso é...

Alguns lêem:“Busquem, pois, em primeiro lugar o reino de Deus e sua Justiça...”
São palavras de um grande homem
Muitos sabem, mas praticam:A busca do reinar em primeiro lugar, para se obter todas as coisas.
Isso é...

Trabalhar com as palavras é muito bom;
Externar o que se pensa faz bem;
Refletir sobre a vida é um privilegio;
Ter atitudes certas é só para os sábios.
Isso é coerência!

Pedro Pimenta

Grito da terra


Mete a mão no barro e argila
Construa tudo o que quebrou
Plante arvores em meio as calçadas
E deixe a cidade ruir
E voltar a ser a terra que suja os seus pés
Mas que dá a mais fina flor
Que enche o mundo de amor

Esqueça de trabalhar
Leve na bolsa sementes para cultivar
Quem planta amor, amor colherá.
Quem planta bondade, bondade terá.
Quem planta um mundo melhor, mais feliz viverá.


Ande descalço na chuva
E deixe o sol te secar
Esqueça as contas não pagas
E caminhe com seus pés no mar
Converse com os peixes, cante com o vento e corra com o ar.
E assim irás descobrir a vida proposta pra ti.

Calebe Ribeiro

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Investigar,refletir e construir


A crise de valores fragmenta os padrões éticos e cria uma atitude amoral no cotidiano.Quem são os responsáveis?

Estamos passando por mais um processo eleitoral. Em geral,e por repetidas vezes, afirma-se que a atual realidade brasileira decorre da existência de políticos corruptos. Entretanto, a política é norteada por valores, e está diretamente relacionada a Ética. Segundo Aristóteles, em Ética a Nicômaco, a finalidade da política é a vida justa e feliz. Assim, segundo o filosofo, o ideal ético se realiza pela política, pois esta visa alcançar o bem. Mas seria o bem comum um de nossos valores?

Penso que a corrupção vista no Congresso Nacional é reflexo da micro-corrupção praticada em nosso cotidiano. Só há tolerância à corrupção em sociedades nas quais esses valores estão arraigados.

Na verdade, a nossa sociedade vive uma crise de valores marcada por uma tendência pós-moderna que fragmenta a Ética numa pluralidade de éticas (política, educacional, médica), fazendo com que o individuo se mostre nos mais diversos lugares e de diferentes formas. Isso permite que a relação entre as pessoas se torne amoral, de modo que seus objetivos, de caráter individualista, sejam alcançados sem depender de uma ética universal.

Interesses privados

Por que a mesma pessoa que contesta um político nepotista deixa o amigo entrar na sua frente numa fila? Qual é a diferença entre um político que emprega o irmão e uma pessoa que permite que alguém fure a fila na sua frente? Ambos utilizam sua posição em favor de interesses privados e, assim, são nepotistas.

A questão principal é: por que não percebemos essas ações? Por que não percebemos que na verdade nossa “democracia” – a de uma sociedade na qual o interesse privado prevalece sobre o público – tem um Estado que não está voltado para o bem comum?

Essa fragmentação ética está enraizada, que não percebemos que agir com valores variáveis compromete os interesses coletivos. Pois, se defendermos um todo, isto deverá permanecer em todas as esferas da vida (pública e privada): em casa, no trabalho, nas férias...

A ética aristotélica é universal e é aquela a qual se pretende retornar. Mas, para que ela se efetive, é necessário ter moral fixa, a que todos sigam rigorosamente, pois a corrupção, o nepotismo e o clientelismo só ocorrem porque muitos se omitem ou infringem leis e princípios morais. Além de atos violentos contra o coletivo, há certa moral por trás desses atos que é sustentada por todos que compõem, atos que se repetem quase que involuntariamente em nosso cotidiano.

Assim, mais importante do que compreender nossa visão patriarcal de sociedade é entender que esta é formada por todos e que nossos valores muitas vezes são criados e reproduzidos por nós mesmos. Portanto, está sob nossa responsabilidade a construção do Brasil, e não precisamos esperar por um político ideal, que nunca se revela.

Thiago Oliveira Braga

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Eu sei mas não devia de Marina Colassanti

"EU SEI QUE A GENTE SE ACOSTUMA. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamento de fundose a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor.

E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas logo se acostuma acender mais cedo a luz. E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá pra almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos. E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz,aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.

E a ganhar menos do que precisa.E a fazer filas para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes. A abrir as revistas e a ver anúncios. A ligar a televisão e a ver comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição.

As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. A luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. A contaminação da água do mar. A lenta morte dos rios.

Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães,a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer.

Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui,um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua no resto do corpo.

Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-seda faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta,de tanto acostumar, se perde de si mesma"

Marina Colassanti

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O que faz o Ceará ser Ceará.


As redes do Ceará têm o punho grosso e são embelezadas com varandas de crochê. Todo bom cearense adora dormir, fazer amor, preguiçar e até convalescer de doença grave numa rede gostosa.

As mangas do Ceará são carnudas. A casca da manga-rosa parece uma aquarela onde se misturam amarelo, vermelho e verde. Seu perfume acaba com qualquer fastio. Já os abacates são enormes, tão grandes que passariam por melancias se não crescessem no alto do abacateiro. A siriguela é a melhor fruta do mundo. Isto é, se for colhida madura, no pé. Não tem uva moscatel que calce o seu chinelo.

A farinha do Ceará é torrada com manteiga, colorau, cebola e alho para virar a melhor farofa do universo. Pense numa coisa boa! Só na cozinha cearense se come feijão verde com queijo coalho, arroz branquinho, ovo frito, bife e a legítima farofa cobrindo tudo.

O sotaque do Ceará é manhoso. Quando quer ganhar, conquistar ou convencer alguém, o cearense parece entoar um chorinho, de tão meloso. Seu português é libidinoso; uma verdadeira cantada. E quando a namorada pede, “meu bichim, vem cá”? Não há cabra macho que resista.

A chuva do Ceará é torrencial. Se São Pedro não se fizer de rogado, no inverno caem enxurradas, verdadeiros dilúvios. Que não é inverno coisa nenhuma! Só um tempo molhado e de muito mormaço. As chuvas duram no máximo cinco ou seis horas, mas vazam telhados e enchem bicas. A meninada toma banho de chuva e nada em poças que viram piscina de pobre. Bastam alguns milímetros d’água para que os garranchos cinzentos da caatinga verdejem, no mais formidável milagre da natureza.

O pôr-do-sol do Ceará é rápido. Mas sempre espetacular, principalmente para quem assiste de cima de uma duna. O governo estadual deveria cobrar dos turistas, “O Show do Mar Engolindo o Sol”. E para coroar, no lusco fusco sopra uma brisa calma e refrescante como se Deus ligasse o ar condicionado celestial.
Ceará, meu Ceará, amo-te tanto!

Ricardo Gondim

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Não tenho tempo

Não tenho tempo, é a desculpa mais barata diante das exigências da eternidade; é a objeção mais usada por aqueles que estão ‘ocupados’ em suas ‘importantes’ trivialidades; é a queixa que mais se ouve nos lábios de gente esgotada em nossa época onde existe todo tipo de implementos técnicos para economizar tempo; é a confissão mais amarga de uma humanidade pobre em sua capacidade de reconhecer o elemento eterno.

Na boca de um cristão esta expressão ‘não tenho tempo’, chega a ser uma confissão de pecado, pois Deus dá tempo para tudo o que Ele quer que se faça. Quem trabalha tanto ao ponto de não ter tempo para a quieta comunhão com Deus, o estudo da Bíblia, e o companheirismo com os outros, faz mais do que Deus espera dele.

Nos lábios da humanidade contemporânea chega a ser uma confissão de algo dolorosamente inevitável, pois somente Deus tem e dá verdadeiramente ‘tempo’. Aquele que não recebe seu tempo das mãos de Deus, o vê escapar como a areia que escorre por entre os dedos.

tempo não é somente ‘dinheiro’, o tempo é vida. Nossa vida será conforme nosso tempo, vida eterna por meio da fé em Cristo Jesus, o mesmo hoje, ontem e pelos séculos. Receba tempo cuja qualidade é eterna.Isto não significa muito tempo, ou um tempo sem limites. A eternidade é uma qualidade que faz parte da vida de Deus.

Que testemunho se chegássemos a ser cristãos com tempo para a oração e para o amor, tempo para testificar com alegria acerca de Cristo, tempo para viver.

Bem aventurados os que têm tempo, pois Deus trabalha por meio deles!

Hans Bürki
Do livro WACHEN and WAGEN.

Questões para pensar
Parte I
Como tenho gastado minha vida?
Com o que tenho gastado minha vida?
O que me tira o sono?
Parte II
Revisar as prioridades de nossas vidas.
Qual tem sido o eixo central de minha vida profissional: Afã (ânsia, empenho) ou gratidão?
Quais são as coisas ‘muito importantes’ que acabam por nos ‘roubar’ a vida?
o mais importante é aprender a viver e não somente existir!
Não é tanto o que temos, mas a nossa atitude diante do que temos!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Oração - G.K. Chesterton

Ó Deus da terra e altar
Inclina-te e ouve nosso pranto;
Nossos governantes a hesitar,
Nosso povo a vagar e morrer;
Muros de ouro nos sepultam,
Espadas de desprezo que dividem;
Não afastes de nós Teu poder,
Mas destrói para sempre o desdém.
De tudo que o terror ensina,
Das mentiras e da língua e caneta;
De toda palavra amena
Que aos homens cruéis acalenta;
Da venda e da profanação
Da honra e da espada
Do sono e da condenação,
Livrai-nos, ó Bom Senhor!
Ata em vida corda
Príncipe, sacerdote e escravo;
Une bem nossa vida,
Castiga para salvar o Teu povo;
Em ira e exultação
Inflama com fé e liberdade,
Levanta uma viva nação
Para Ti, a única espada.
Boa semana, com vocês ao serviço d'Ele
Thiago Oliveira Braga

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Troco 100 scraps por 1 abraço


A cada ano que passa eu recebo mais scraps no meu aniversário e menos abraços. Tudo começou com a popularização do celular há alguns anos atrás. Meus amigos e familiares começaram a me ligar no dia do meu aniversário e pararam de vir me visitar para me dar um abraço, desejar um feliz aniversário e comer um bolinho da minha mãe. Mas foi depois do Orkut que todos sumiram de vez.

Agora, quando chega o meu aniversário, entro no meu computador e gasto horas lendo todos os scraps maravilhosos que recebo, são de pessoas de longe, de perto, e o mais engraçado, dos meus vizinhos também. O problema é que leio no fim das frases: bjs e abraços, mais não os sinto. O fato de só lê-los não me faz sentir que realmente fui lembrado e visitado.

Por sinal estou ficando neurótico, não sabia que tantas pessoas faziam aniversário cada dia. Todo dia vejo no Orkut uma lista de pessoas que nem conheço tão bem assim, mas vi em um acampamento ou num evento, que estão fazendo aniversário e, pelo fato do Orkut me lembrar, me sinto na obrigação de mandar um scrap, mesmo sabendo que se não fosse o Orkut não teria a mínima possibilidade de eu saber que este colega estaria fazendo aniversário.

O que fazemos com esta pressão? Mandamos o scrap por desencargo de consciência!

Por isso lanço essa campanha solidária, onde deixo bem claro que troco 100 scraps de feliz aniversário por um abraço.

Não sei no mercado de valores quanto está valendo um abraço, mas sei que, proporcionalmente, para mim: 100 scraps valem 1 abraço e os scraps animados estão muito mais desvalorizados 1000 por 1; um depoimento está valendo 45 por 1; um telefonema está valendo 20 por 1 e uma carta de correio escrita a mão esta valendo 5 por 1.

Essa grande tabela de valores muda todos os dias, mais de uma coisa eu tenho certeza, quando vamos avaliar mesmo o que nos faz sentir amados pelos nossos amigos, os scraps não estão valendo nada. Por isso fique sabendo que: quando você vir a minha foto e de muitos amigos que tenho conversado, na lista de aniversariantes do seu Orkut, estamos trocando 100 scraps por 1 abraço.
Marcos Botelho

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Aquilo que mais amo.


O amor é belo, é atraente e envolvente.
Ele nasce conosco, empolga-nos, faz vibrar nossos sentimentos e nossas emoções,
transforma nosso viver, mexe com o nosso existir dando-lhe em significado todo especial,
torna-nos sensíveis, abertos e sonhadores.
Trilhar o caminho do amor nem sempre é fácil. Tem-se que ter coragem, decisão e perseverança.
O caminho do amor é traçado por luta e superações.
Amar, muitas vezes, é arriscar tudo sem ter a certeza de que vai ser recompensado por isso.
Castelos já foram destruídos pela traição; colunas jamais se reestruturam devido ao badalo de uma decepção;
pontes da união jamais se reergueram devido à catástrofe de uma separação; o sol da vida de muitos se ofuscou perdendo seu filho produzindo um semblante caído diante de uma desilusão; sonhos se transformaram em pesadelos devido à tormenta de uma pedra;
vidas foram sufocadas por anseios impossíveis; almas foram abatidas pelo punhal da pessoa amada; muitos já ficaram sós na estrada da vida, outros se perderam sem qualquer destino ou direção procurando o amor perdido, perdendo, assim, até o amor próprio, e, tantos outros, absortos pelo medo de uma nova derrocada, de mais um castelo em ruínas, um castelo em ruínas, uma catástrofe separada, se tornaram imponentes para dar um novo passo, investir e tentar uma nova caminhada.
Muitas pessoas se tornaram para dar um novo passo, investir e tentar uma nova caminhada.
Muitas pessoas se tornaram como um dia sem sol ou uma noite sem lua e estrelas.Entretanto, quando “teimosamente”, o amor é preservado como bem mais precioso, apesar de todas as lutas e decepções, conduz seu portador à vitória. A vitória sobre tudo que desacredita a possibilidade de ser feliz apenas por não desistir de amar e de acreditar na vida. A vitória de ver o sol atrás das densas e carregadas nuvens. A vitória de conseguir sobrepujar a dor.
O amor cultivado no coração não morre mais vive. Faz o arco-íris reaparecer no céu da nossa existência; trás de volta o resplendor e o calor do sol; é capaz de reerguer pontes, reedificar colunas tornando-as mais fortes que anteriormente, reconstruir castelos alicerçados; renova-nos fazendo-nos sonhar, arquejar, desejar e conquistar.
Esse amor sempre triunfa.
Esse amor é como uma noite de lua prateada rodeada por estrelas cintilantes, enchendo de esperança e romantismo as almas dos viventes.
Dessa forma ele conduz os mais fracos e imponentes ao podium dos vitoriosos, transformar os que foram “derrotados” em verdadeiros guerreiros, destemidos, corajosos, ousados e invencíveis.
Decidir amar sempre é trilhar um caminho mais que excelente, pois o amor preenche o anseio de uma alma, renova as forças do combalido e sustenta firme a esperança de um coração.
Na verdade o amor se traduz um ema virtude muito além de um simples sentimento. Amar é um propósito.
Amor é o que de mais belo há na composição de virtudes do criador, pois Deus é amor.
Amor é inspiração dos poetas, o som melodioso dos músicos, o tema preferido dos compositores, é a beleza do dia e do romantismo da noite, é o ele que uma duas pessoas, é a força do guerreiro que (como a Fênix) o ergue das cinzas para continuar a batalha, é a verdadeira instrução dos pequeninos e a gloria dos velhos, o estimulo dos jovens, é o calor de ternos braços, o pulsar de um coração compassivo e o toque de mãos piedosas.A inspiração do amor vem de Deus que é amor que nos amou de “tal maneira” de forma que não ficamos abandonados à mercê do destino.
O amor é capaz de alcançar lugares longínquos,transpor as fronteiras do preconceito, auxiliar sem acepção, dar sem requerer retribuição, sofrer em prol da felicidade de alguém, morrer para o outro viver.

O amor é muito, mas muito mais, que falar, sentir, ou mesmo sonhar ...
É viver!
Paulo R. P. Cunha.
Faço dele as minhas palavras, uma semana abençoada.
Thiago Oliveira Braga




domingo, 27 de julho de 2008

Religião, política e futebol não se discutem?


Existe um ditado popular que diz "religião, política e futebol não se discutem". Gostaria de discordar dessa afirmativa. De fato, apesar de serem temas desafiadores, são os três temas que me agrado muito.É inevitável NÃO falar de política em ano eleitoral, mas me deu o direito de refletir, pois ainda acredito que a transformação social se dá pela MUDANÇA, e ela não se faz na urna, mas na minha postura como cidadão.

Partilho uma poesia de autoria de João de Almeida Neto, convidando pra refletirmos sobre o nosso Brasil, sobre a importância da nossa escolha!

"Um país que crianças elimina; e não ouve o clamor dos esquecidos;

Onde nunca os humildes são ouvidos; e uma elite sem Deus é que domina;

Que permite um estupro em cada esquina; e a certeza da dúvida infeliz;

Onde quem tem razão passa a servis; e maltratam o negro e a mulher;

Pode ser o país de quem quiser; mas não é, com certeza, o meu país.

Um país onde as leis são descartáveis; por ausência de códigos corretos;

Com noventa milhões de analfabetos; e multidão maior de miseráveis;

Um país onde os homens confiáveis não têm voz, não têm vez, nem diretriz;

Mas corruptos têm voz, têm vez, têm bis, tem o respaldo de um estímulo incomum;

Pode ser o país de qualquer um; mas não é, com certeza, o meu país.

Um país que os seus índios discrimina; e a Ciência e a Arte não respeita;

Um país que ainda morre de maleita, por atraso geral da Medicina;

Um país onde a Escola não ensina; e o Hospital não dispõe de Raios X;

Onde o povo da vila só é feliz; quando tem água de chuva e luz de sol;

Pode ser o país do futebol; mas não é, com certeza, o meu país!Um país que é doente;

não se cura; quer ficar sempre no terceiro mundo;

Que do poço fatal chegou ao fundo; sem saber emergir da noite escura;

Um país que perdeu a compostura; atendendo a políticos sutis;

Que dividem o Brasil em mil brasis; para melhor assaltar, de ponta a ponta;

Pode ser um país de faz de conta;

Mas não é, com certeza, o meu país!

Um país que perdeu a identidade; sepultou o idioma Português;

Aprendeu a falar pornô e Inglês; aderindo à global vulgaridade;

Um país que não tem capacidade; de saber o que pensa e o que diz;

E não sabe curar a cicatriz; desse povo tão bom que vive mal;

Pode ser o país do carnaval; mas não é, com certeza, o meu país!"

O voto é um direito de todo o cidadão, como também um dever. Não venda, não distribua seu voto, por favores e regalias. Vote com consciência, pensando em representantes que vão defender a maioria dos interesses dos brasileiros. Sobre tudo dos discriminados, esquecidos, sem voz e vez.

Com vocês ao serviço d’Ele, Thiago Oliveira Braga

Buscando o que acredito


O escritor Chaim Potok descreveu como foi a descoberta de sua vocação,de ser um escritor desde pequeno,mas, quando foi para a faculdade, sua mãe se aproximou e disse "Chaim, eu sei que você quer ser um escritor, mas eu tenho uma idéia melhor. Por que você não se torna um neurologista. Você impedirá a morte de muitas pessoas; você ganhará muito dinheiro." Chaim respondeu: "Não, mãe. Eu quero ser um escritor."


Ele voltou para casa nas férias, e sua mãe falou-lhe novamente. "Chaim, eu sei que você quer ser um escritor, mas ouça a sua mãe. Seja um neurocirurgião. Você impedirá a morte de muitas pessoas; você ganhará muito dinheiro." Chaim respondeu: "Não, mãe. Eu quero ser um escritor."


O diálogo foi repetido em todas as férias, todos os feriados, todos os reencontros: "Chaim, eu sei que você quer ser escritor, mas ouça a sua mãe. Seja um neurocirurgião. Você impedirá a morte de muitas pessoas; você ganhará muito dinheiro." Todas as vezes, Cham respondia: "Não, mãe. Eu quero ser um escritor."


Com o tempo, o clima ficou tenso, a pressão se acumulou. Finalmente, aconteceu a explosão. "Chaim, você está perdendo o seu tempo. Seja um neurocirurgião. Você impedirá a morte de muitas pessoas e ganhará muito dinheiro." Esta explosão levou a outra explosão: "Mãe, eu não quero impedir que as pessoas morram;eu quero mostrar-lhes como viver"


Essas palavras redefiniram minha vocação. Todas as pessoas à minha volta aconselharam-me a fazer coisas boas, ajudar a resolver problemas e obter sucesso, mas não era aquilo que eu queria. Na verdade, eu nunca quis aquilo. Eu não queria impedir que as pessoas morressem; eu queria mostrar-lhe como viver.


Extraído do livro "À sombra da planta imprevisível", de Eugene H. Peterson.
Com vocês ao serviço d’Ele, Thiago Oliveira Braga

segunda-feira, 21 de julho de 2008

História de um sertanejo


Certo dia um cabra esperto
Quis passar perna em Jesus:
“Mestre diga o que farei para ir morar
no céu?”
Este foi o desafio daquele doutor da Lei:
“Mestre diga o que farei. Mestre diga o que
farei.

Pra uma pergunta inteligente,
Uma outra como repente:
“O que está escrito na Lei, e como você a interpreta?”
Enquanto ele vinha com a mandioca o Sábio Senhor Jesus já tinha
pronta a tapioca.

Respondeu o professor de Teoria:
“Ame a Deus de coração.
E também ame ao seu próximo, como
Tu amas a ti mesmo”
É certo disse-lhe Jesus, se praticar
Que bom seria.
Faça isso e viverá, faça isso e viverá.

Mas quem é esse tal meu próximo?
Pergunta o preconceituoso.
Jesus responde com uma história, de
Um viajante solitário:
Que é por Jagunços assaltados, fica
Ferido e desmaiado.
E veja só o que sucedeu, e veja só que o que Sucedeu.

Se achega um religioso.
Homem de grande devoção
O coronel lá da igreja, ta sempre com
A Bíblia na mão;
Mas quando vê o pobre caído foge
Pela contramão.
Esse não dava nem pra ser,
Lá do bando de lampião.

Atrás veio seu assistente,
Do templo era o dirigente.

Zeloso nas quatro paredes, fora um
Sujeito negligente.
Pra minha trova encurtar, repete a cena do da frente.
Eita sujeito inconseqüente!
Não socorreu o próprio parente.

Lá vem mais um personagem do Sertão.
Em cima dele um desprezado sertanejo.
Vê o estrangeiro ferido lhe estende
A calejada mão.Bota remédio nas feridas e o levanta
Do chão.Monta o homem no jumento e o leva
Pra pensão.

Qual dos três foi o próximo da vitima?
Jesus pergunta pro doutor.
O que agiu com compaixão, admiti o nobre professor.
Pois vá e faça a mesma coisa, disse o Senhor Jesus.
Pra ser um bom samaritano tem
Que amar a todos como irmão.
Independente de sotaque,Posse, raça, cor ou posição.

Essa história conto a todos, que é pra todos alertar
Nessa vida passageira num podemos nos privar
De amar o nosso proxímo e a Deus sempre honrar.
Meu amigo e minha amiga, num podemos esquecer
que Jesus o bom pastor, estende a mão pra nos erquer.

Com vocês ao serviço d’Ele, Thiago Oliveira Braga

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Jonas - Criador ,Cria e atura!


Jonas foi um profeta israelita daTribu de Zebulão, filho de Amitai, natural Gete-Héfer. Profetizou durante o reinado de Jeroboão, Rei de Israel Setentrional. (II Reis 14:25; Jonas 1:1) Crê-se que tenha sido o escritor do livro bíblico do A.T. que leva o seu nome.


Jonas é comissionado pelo Deus de Israel para ir aNínive, capital da Assíria. A sua missão era admoestar os assírios que devido a sua crueldade e ao muito derramamento de sangue, iriam sofrer a ira Divina caso não se arrependessem dentro de quarenta dias. Os assírios eram famosos, por exemplo, por decapitar os povos vencidos, fazendo pirâmides com seus crânios. Crucificavam ou empalavam os prisioneiros, arrancavam seus olhos e os esfolavam vivos. Temendo pela sua vida, Jonas foge rumo a Társis, no SE da Península Ibérica (na moderna região da Andaluzia). Situa-se a aproximadamente 3.500 km do porto de Jope (a moderna Tel Aviv-Yafo).


Segundo o relato bíblico, durante a viagem acontece um violenta tempestade. Esta só acaba quando Jonas é lançado ao mar. Ele é engolido por um "grande peixe [em grego këtos]" (Jonas 1:17) e no seu estômago, passa três dias e três noites. Sentindo como se estivesse sepultado, nesta situação arrependido reconsidera a sua decisão. Tendo se arrependido, é vomitado pelo "grande peixe" numa praia e segue rumo para Nínive.


Mas lendo "À sombra da planta imprevisível" - Uma investigação sa Santidade vocacional, de Eugene H.Peterson. Me chamou muita atenção a oração que Jonas fez,em ação de graças no seu momento mais emblematico de todo o livro,onde ele tinha todos os motivos do mundo de murmurar,ele percebeu que era o início de uma oportunidade de fazer algo diferente,e ELE FEZ.


Oração de Jonas (2:2-9)


"Na minha angústia clamei ao Senhor,

e ele me respondeu;

do ventre do abismo gritei,

e tu ouviste a minha voz.

Pois me lançaste no profundo,

no coração dos mares,

e a corrente das águas me cercou;

todas as tuas ondas e as tuas vagas

passaram por cima de mim.

E eu disse: Lançado estou

de diante dos teus olhos;

como tornarei a olhar

para o teu santo templo?

As águas me cercaram até a alma,

o abismo me rodeou,

e as algas se enrolaram na minha cabeça.

Eu desci até os fundamentos dos montes;

a terra encerrou-me para sempre com os seus ferrolhos;

mas tu, Senhor meu Deus,

fizeste subir da cova a minha vida.

Quando dentro de mim desfalecia a minha alma,

eu me lembrei do Senhor;

e entrou a ti a minha oração,

no teu santo templo.

Os que se apegam aos vãos ídolos

afastam de si a misericórdia.

Mas eu te oferecerei sacrifício com a voz de ação de graças;

o que votei pagarei.

Ao Senhor pertence a salvação."
Com vocês no serviço d’Ele, Thiago Oliveira Braga

terça-feira, 15 de julho de 2008

Trans-descendência integral do Evangelho

"Na proclamação do convite do evangelho não temos o direito de ocultar o preço do discipulado. Jesus continua a requerer de todos que desejam segui-lo que se neguem a si mesmos, tomem a sua cruz e identifiquem-se com uma nova comunidade. Os resultados do evangelho incluem obediência a Cristo, inclusão no seio da igreja e serviço fidedigno no mundo". (Pacto de Lausanne IV)

A OUTRA COMUNIDADE Nos escritos de Mateus os discípulos são confirmados pelo sacramento do batismo: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações batizando-os em nome do Pai, do filho e do Espírito Santo..." (Mateus 28.19). Uma nova percepção de Divindade integral se instala no cenário do Novo Testamento: Deus Pai, soberano criador de todas as coisas – Deus transcendente, indescritível,inominável, pleno de amor e justiça.Jesus Cristo, o Filho do Pai que trans-descende entre o povo, contextualiza-se participando da história,de situações sócio-econômicas e culturais. E, o Espírito Santo, o Deus que habita em nós consolando, edificando,intercedendo – portanto, realidade no campo psico-emocional.


A divindade como comunidade trinitária é uma inusitada percepção do Reino de Deus sobre todas as coisas: Todo o universo, todos os processos históricos e os espaços mais restritos e subjetivos dos sentimentos humanos. Assim, o preço do discipulado requer, antes de um compromisso com todas as pessoas e com humanidade toda, um compromisso de amar e acolher toda a plenitude de Deus. Não apenas uma identificação com a nova comunidade dos discípulos, mas, sobretudo, com a comunidade Trinitária. Através da adoração, contemplação e apreciação inteligente somos cativados pelo Espírito Santo a amarmos a Deus, a vivermos em desfrute de todas as virtudes de Jesus Cristo e em plena obediência a todo o conselho de Deus.

INCLUSÃO NO SEIO DA IGREJA

Alcançamos pelo amor do Pai, os discípulos são contagiados a viver numa comunidade de amor. A comunidade dos discípulos é a maquete, uma expressão dessa "Outra cultura" modelada pela comunidade Trinitária; sendo ao mesmo tempo, a alternativa continua de transformação da sociedade. Entendemos desse modo, que a Missão Integral não se reduz a uma tarefa. É de fato, a priori, o acolhimento da graça e do amor de Deus, para então, como conseqüência,se viver o exemplo da vida plena de nosso Senhor Jesus Cristo. É a instauração dos paradigmas do Reino de Deus; o desenvolvimento, pelo Espírito, de uma "inteligência espiritual comunitária" capaz de discernir todas as manifestações do bem e do mal. Uma comunidade desafiada a obedecer o mandamento de amar internamente, para expressar com coerência, amor pelos "de fora".Sua unidade interna não anula o supremo mandamento de amar a todos.

SERVIÇO FIDEDIGNO AO MUNDO

Como desdobramento, a comunidade dos discípulos pelo testemunho, proclamação e serviço ao próximo a sua missão no mundo. As virtudes do discípulo são evidenciadas na simples presença – pois, "Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte" (Mt.5.14). A humildade de espírito, a sensibilidade, a fome e sede de justiça, a santidade, a construção da paz, a prática da misericórdia são manifestações que identificam a presença dessa nova comunidade (Mt.5.1-12)
Como o ser humano diferencia-se dos demais animais, também, pela capacidade de comunicação, o discípulo proclama as boas novas do Reino de Deus, a fim de que, todas as pessoas tenham a oportunidade de responder ao chamado de Jesus Cristo. `

À semelhança do Filho, a comunidade dos discípulos serve em amor ao próximo, contextualiza-se, inseri-se entre o povo, corre todos os riscos, participando ativamente no processo histórico de construção de todo o bem na luta contra o mal. À semelhança do Pai, a igreja age por amor e graça. A semelhança do Espírito Santo, torna-se a consoladora dos afligidos pelo mal, ora intercedendo para que o Reino venha em plenitude e socializa todos as suas virtudes e bens.
A Missão Integral é ser e fazer discípulos – homens e mulheres transformados de glória em glória até a imagem de nosso Senhor Jesus Cristo (II Co 3.18). É ser uma presença, em essência e modelo,da comunidade Trinitária: Corpo de Cristo, Povo de Deus, Comunhão do Espírito Santo. É ser uma expressão, sinal visível do Reino de Deus no mundo.

Que Deus o Pai, Seu filho Jesus Cristo e o Espírito Santo inspirem a todos nós, a fim de que, possamos participar ativamente com discípulos e discípulas que expressam e praticam coletivamente as convicções,valores e princípios do Reino de Deus.

Carlos Queiroz

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Do mundo virtual ao espiritual


Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos em paz em seus mantos cor de açafrão. Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas, como a companhia aérea oferecia outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: "Qual dos dois modelos produz felicidade?"

Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: "Não foi à aula?" Ela respondeu: "Não, tenho aula à tarde". Comemorei: "Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde". "Não", retrucou ela, "tenho tanta coisa de manhã..." "Que tanta coisa?", perguntei. "Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina", e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: "Que pena, a Daniela não disse: `Tenho aula de meditação!´"


Estamos construindo super-homens e supermulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados. Por isso as empresas consideram agora que, mais importante que o QI, é a IE, a inteligência emocional. Não adianta ser um superexecutivo se não se consegue se relacionar com as pessoas. Ora, como seria importante os currículos escolares incluírem aulas de meditação!

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem 60 academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: "Como estava o defunto?" "Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!" Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

Outrora, falava-se em realidade: análise da realidade, inserir-se na realidade, conhecer a realidade. Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Pode-se fazer sexo virtual pela internet: não se pega Aids, não há envolvimento emocional, controla-se no mouse. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual, entramos na virtualidade de todos os valores, não há compromisso com o real! É muito grave esse processo de abstração da linguagem, de sentimentos: somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. Enquanto isso, a realidade vai por outro lado, pois somos também eticamente virtuais...


A cultura começa onde a natureza termina. Cultura é o refinamento do espírito. Televisão, no Brasil - com raras e honrosas exceções - é um problema: a cada semana que passa, temos a sensação de que ficamos um pouco menos cultos. A palavra hoje é `entretenimento´; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: "Se tomar este refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!" O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.


Os psicanalistas tentam descobrir o que fazer com o desejo dos seus pacientes. Colocá-los onde? Eu, que não sou da área, posso me dar o direito de apresentar uma sugestão. Acho que só há uma saída: virar o desejo para dentro. Porque, para fora, ele não tem aonde ir! O grande desafio é virar o desejo para dentro, gostar de si mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, falta de estresse.

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Se alguém vai à Europa e visita uma pequena cidade onde há uma catedral, deve procurar saber a história daquela cidade - a catedral é o sinal de que ela tem história. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shopping centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingos. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...


Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do McDonald´s...

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: "Estou apenas fazendo um passeio socrático". Diante dos olhares espantados, explico: "Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz".
http://www.correiocidadania.com.br/content/view/1902/55/
Frei Betto - 06/06/08 Escritor, autor, em parceria com Luis Fernando Veríssimo e outros, de O desafio ético (Garamond), entre outros livros

segunda-feira, 7 de julho de 2008

História que marca

“Desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos com perseverança a carreira que nos é proposta, olhando firmemente para o Autor e consumador da fé, Jesus.”
Hebreus 12.1
Sempre gostei muito de praticar esportes. As minhas maiores disputas esportivas foram durante a minha adolescência nas olimpíadas colegiais. Vitórias inesquecíveis e derrotas vergonhosas me acompanharam ao longo desse tempo. Lembro-me de uma corrida que participei nas Olimpíadas Maristas, em Maceió-AL.O dia era 8 de Julho de 1998, penúltimo dia de competição,e em meio a Copa do Mundo da França.

Como o Brasil classificou-se para as semi-finais contra a Holanda (marcada para mesma data), a competição que seria realizada durante a tarde, foi antecipada para a manhã, minha prova foi disputada por volta do meio dia. Era prova de 800 metros (duas voltas completas na pista). Entrei na corrida sem muita pretenção.Dada a largada eu tentei acompanhar o “bloco” de corredores na primeira volta, e completando, fazer a ultima volta dando o máximo, no entanto o calor excessivo me deu um certa tontura.Dai passou um “filme” em minha mente, de tudo que eu tinha treinado e me preparado para estar lá.

Nos 200 metros finais eu estava em terceiro.No sprint final algo inesperado aconteceu, tropecei e quase cai, fui cambaleando até quase a linha de chegada, quando percebi que minha única opção de não perder o 3º lugar era me jogar rumo a linha de chegada, e com o salto consegui ultrapassar a linha de chegada, e garantir a medalha de bronze.Completar a prova foi uma prova de superação pessoal, infelizmente a pista não era de material sintético, como costumamos ver em jogos olímpicos, mas às marcas da queda foram devidamente cuidados, mas a satisfação de conquistar uma medalha no “Maristão” é algo que marcou a minha história, mesmo passados 10 anos.
Nos tempos de colégio, ficaria frustrado comigo mesmo se não tivesse terminado a corrida.Poderia ter desistido e culpamos o calor pela derrota. Mas quando a minha corrida rumo à Deus ? Se eu parar ou desistir, a quem culparei ? Mesmo tropeçando e caindo sei que não posso desistir “Sete vezes cairá o justo e se levantará” Pv 24:16. Não posso olhar para os meus pecados ou para qualquer homem senão não prosseguirei. Olharei firmemente para o autor e consumador da minha fé, Jesus. Porque sei que Ele está sempre pronto para me receber. Porque sei que Ele é o caminho a verdade e a vida. Porque sei que, quando encontrá-lo face a face, terei completado a minha carreira.

“Porque ainda dentro de pouco tempo aquele que virá, e não tardará; todavia o meu justo viverá pela fé, e: se retroceder, nele não se compraz a minha alma.”
Hebreus 10.37-38

Com vocês no serviço d’Ele, Thiago Oliveira Braga

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Se há uma coisa...


" Se há uma coisa em que tenho profunda convicção e fé é que um dia a justiça ira imperar no mundo. Toda a minha vida é dedicada a isso."

Frei Betto
*Frei Betto Nasceu em Belo Horizonte (MG). Estudou jornalismo, antropologia, filosofia e teologia. É frade dominicano e escritor.

A essência da Reforma


A Reforma Protestante foi um acontecimento inicialmente religioso. Porém, tendo acontecido em um contexto secular,repercutiu intensamente em todas as instituições sociais.
Pode-se dizer que esta foi a primeira grande revolução dos tempos modernos, já que ocorreu em meio a transformações políticas,econômicas, sociais e culturais que agitavam a Europa e se entrelaçaram às questões religiosas. Por isso, não foi um ato isolado, uma rebelião de um monge alemão que não queria mais obedecer ao Papa. Foi muito mais que isso.Na verdade, tratou-se de uma revolução capaz de convulsionar e de reanimar a vida cristã européia, dando-lhe o vigor necessário para ecoar até os dias de hoje.

Atualmente, os efeitos da Reforma são bem visíveis na nossa sociedade ocidental. As implicações em todos os setores sociais geradas pelo movimento reformador continuam crescentes e, acompanhando este crescimento, ocorrem muitas confissões de fé cristãs no Brasil, fato que já se tornou uma verdade incontestável. Como fruto desse processo, a Igreja Evangélica brasileira vai, paulatinamente, perdendo sua própria identidade. Na década de 60 seus seguidores eram "protestantes", nos anos 70 eram "crentes", nos anos 80, "evangélicos" e agora somos "gospel".
Se cada década os cristãos sentem a necessidade de mudanças de títulos,naturalmente,no decorrer desse longo processo histórico perderão,com isso, a essência do evangelho : ser sal da terra e luz do mundo. ( Mt.5.13).

Portanto, a Igreja precisa novamente ser voz profética na sociedade onde estamos inseridos, talvez seja a hora de uma nova REFORMA, de novos Luteros, de uma nova postura. Talvez seja a hora de protestar contra o protestantismo e tudo que ele se tornou. Então vamos à Reforma! Façamos valer o evangelho verdadeiro de Cristo, "E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Romanos 12.2).

Com vocês, no serviço d'Ele
Thiago Oliveira Braga