Nem sempre é fácil falar de esperança. É bom, necessário, bonito, mas não é fácil. Não é fácil
porque só se pode falar de esperança se falamos também de justiça, pois esperança sem justiça é pura ilusão. No entanto, como falar de justiça onde só se vê crescer a maldade, violência, corrupção, fome,miséria, exclusão, imoralidade, desrespeito, egoísmo e toda forma de injustiça? Como falar de esperança para um mundo cínico e descrente?
porque só se pode falar de esperança se falamos também de justiça, pois esperança sem justiça é pura ilusão. No entanto, como falar de justiça onde só se vê crescer a maldade, violência, corrupção, fome,miséria, exclusão, imoralidade, desrespeito, egoísmo e toda forma de injustiça? Como falar de esperança para um mundo cínico e descrente?
Porém, falar de esperança é a vocação da igreja de Cristo. Ela permanece de pé afirmando a esperança em meio ao cenário caótico que a humanidade vive. Das primeiras páginas da Bíblia até a última, encontramos uma grande e eloquente mensagem de esperança. A história da salvação é uma história de esperança. Logo no início encontramos o caos, um mundo sem forma e vazio mas, de repente, ouvese a Palavra de Deus dizendo: “Haja luz” e o caos e as trevas são vencidos, surge um movimento onde rios e lagos, montanhas e vales, animais de toda espécie e flores de todas as cores, vão ocupando aquilo que parecia disforme e caótico. Mesmo diante do pecado e da desobediência, ouve-se mais uma vez a Palavra de Deus afirmando que a cabeça da serpente enganadora será esmagada.
As diversas libertações que Deus realizoupara com seu povo, as alianças que foram celebradas, os mandamentos dados e todo o cuidado divino, traziam sempre de volta a esperança. No entanto, é importante notar que a esperança que Deus oferece não surge de promessas vazias, mas sempre da Palavra orientadora e libertadora de Deus. A esperança de uma nova ordem social, moral, ética e espiritual é acompanhada de mandamentos orientadores e libertadores. É a Palavra de Deus que cria a esperança.
O anúncio do nascimento do Messias pelos profetas foi marcado por muita esperança. O mundo era violento e hostil como sempre foi, mas a promessa da vinda de Cristo trazia para o povo a esperança de um novo tempo, um tempo em que “para a terra que estava aflita, não continuará a obscuridade” e , “o povo que andava em trevas viu grande luz…” (Is. 9.1 e 2)). A esperança é ver a luz no meio das trevas e contemplar o fim da aflição.
É por tudo isto que Cristo é a nossa esperança. Falar de esperança é falar de Cristo. Ele é o “sol da justiça”, nele o fraco e o pecador encontram descanso e perdão. É ele que abre os olhos daqueles que não enxergam mais, e abre os ouvidos dos que não são mais capazes de ouvir. Ele levanta o cansado e dá força aos que não tem mais nenhuma energia. Não se pode falar de esperança sem falar de justiça, amor, perdão, bondade e graça. A esperança não é uma promessa política ou econômica, é uma realidade espiritual, a segurança que o amor de Deus nos garante.
O nascimento de Cristo foi o grande evento que trouxe para uma humanidade cansada e sem esperança, a luz de um novo dia, a promessa de uma nova vida, a certeza do perdão e a certeza de que o mundo, embora ainda cheio de violência, mentira, corrupção, maldade e injustiça, continua sendo o lugar onde Deus resolveu mandar o seu Filho, o mundo que Deus ama e o lugar onde a esperança da cruz é afirmada e proclamada.
Que neste ano que se inicia, com tantas tragédias, onde temos visto dores e sofrimento no mundo e em nosso país, possamos proclamar que Cristo é a esperança. Que nele é possível experimentar uma nova esperança que transcende tudo o que vemos e sentimos. Que neste novo ano afirmemos em alto e bom som, como Paulo o fez: “Cristo em vós, a esperança da glória”.