Nos tempos do Futebol Cards, as figurinhas que vinham nos envelopes de chiclete pingue-pongue no final dos anos 70, um desafio para os garotos da minha geração era dizer de memória o nome completo de Sócrates. Muitos só sabiam dizer Sócrates Brasileiro.
A lembrança serve um pouco para dizer que Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira não é só corintiano. O Corinthians está de luto neste domingo em que todo o país, todo o mundo do futebol, tem razão paa chorar.
Há notícias de gente que morre que batem nas pessoas simplesmente assim, como uma notícia. O caso de Sócrates foi diferente neste domingo. Fiquei triste! Realmente triste. Provavelmente não tanto quanto seus amigos mais próximos de quem sou mais amigo, do Juca, do Trajano, do Gustavo, seu filho. Mas realmente sentido.
Sócrates é um símbolo do futebol bem jogado, da geração 82. Também da iniciação política de muitos dos que viveram a adolescência nos anos 80. Mesmo que você só gostasse de futebol e fechasse os olhos para o que acontecia no país, tinha de perguntar por que o Doutor usava uma vistosa caneleira amarela, por cima do meião, no primeiro semestre de 1984. O amarelo era a cor oficial da campanha das Diretas Já e o Magrão estava lá, nos palanques, nas entrevistas, cobrando, discutindo.
Ele não se omitia.
Em campo, foi dele o primeiro gol da campanha do Brasil em 1982, o primeio também da campanha de 1986. Suas pernas já não obedeciam tanto, a ponto de ter ficado quase toda a campanha do título carioca do Flamengo fora do time. Mas, na Copa, Sócrates jogou muito outra vez. No México, mais do que Zico, Falcão e Cerezo, cortado na última hora.
Sócrates era, é e sempre será, Brasileiro.
Mas, hoje, dia de Corinthians x Palmeiras, como no dia em que o time estava preso no trânsito a trinta minutos do início do dérbi e Sócrates mandou todos descerem e seguirem a pé até o Morumbi -- e fez o gol da vitória por 1 x 0 -- hoje o Corinthians pode dar ao Doutor o título importante que faltou em sua passagem pelo Parque São Jorge.
Naquele tempo em que os corintianos não cobravam, nem queriam saber de Libertadores, o sonho era o título brasileiro.
A grande homenagem do Corinthians é fazer de Sócrates campeão... Brasileiro.
SÓCRATES BRASILEIRO SAMPAIO DE SOUZA VIEIRA DE OLIVEIRA
Belém, 19 de fevereiro de 1954
São Paulo, 4 de dezembro de 2011
Botafogo-SP (1974 a 1978), Corinthians (1978 a 1984), Fiorentina (1984/1985), Flamengo (1985 a 1986), Santos (1988), Botafogo-SP (1989)
60 partidas pela seleção brasileira
22 gols pela seleção brasileira
Paulo Vinicius Coelho, o PVC.
A lembrança serve um pouco para dizer que Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira não é só corintiano. O Corinthians está de luto neste domingo em que todo o país, todo o mundo do futebol, tem razão paa chorar.
Há notícias de gente que morre que batem nas pessoas simplesmente assim, como uma notícia. O caso de Sócrates foi diferente neste domingo. Fiquei triste! Realmente triste. Provavelmente não tanto quanto seus amigos mais próximos de quem sou mais amigo, do Juca, do Trajano, do Gustavo, seu filho. Mas realmente sentido.
Sócrates é um símbolo do futebol bem jogado, da geração 82. Também da iniciação política de muitos dos que viveram a adolescência nos anos 80. Mesmo que você só gostasse de futebol e fechasse os olhos para o que acontecia no país, tinha de perguntar por que o Doutor usava uma vistosa caneleira amarela, por cima do meião, no primeiro semestre de 1984. O amarelo era a cor oficial da campanha das Diretas Já e o Magrão estava lá, nos palanques, nas entrevistas, cobrando, discutindo.
Ele não se omitia.
Em campo, foi dele o primeiro gol da campanha do Brasil em 1982, o primeio também da campanha de 1986. Suas pernas já não obedeciam tanto, a ponto de ter ficado quase toda a campanha do título carioca do Flamengo fora do time. Mas, na Copa, Sócrates jogou muito outra vez. No México, mais do que Zico, Falcão e Cerezo, cortado na última hora.
Sócrates era, é e sempre será, Brasileiro.
Mas, hoje, dia de Corinthians x Palmeiras, como no dia em que o time estava preso no trânsito a trinta minutos do início do dérbi e Sócrates mandou todos descerem e seguirem a pé até o Morumbi -- e fez o gol da vitória por 1 x 0 -- hoje o Corinthians pode dar ao Doutor o título importante que faltou em sua passagem pelo Parque São Jorge.
Naquele tempo em que os corintianos não cobravam, nem queriam saber de Libertadores, o sonho era o título brasileiro.
A grande homenagem do Corinthians é fazer de Sócrates campeão... Brasileiro.
SÓCRATES BRASILEIRO SAMPAIO DE SOUZA VIEIRA DE OLIVEIRA
Belém, 19 de fevereiro de 1954
São Paulo, 4 de dezembro de 2011
Botafogo-SP (1974 a 1978), Corinthians (1978 a 1984), Fiorentina (1984/1985), Flamengo (1985 a 1986), Santos (1988), Botafogo-SP (1989)
60 partidas pela seleção brasileira
22 gols pela seleção brasileira
Paulo Vinicius Coelho, o PVC.