Opinião
Diario do Nordeste. Fortaleza - CE. Quarta-feira,26 de Setembro de 2007
O FIM DE UMA ERA
Por Marcos Antônio Ramos Cunha - Economista
Todos nós um dia já fomos ou seremos tomados pela dor da perda. No sábado 22, ao ler o jornal Diário do Nordeste, como faço todas as manhãs, fui engolido por este duro e intenso sentimento ao ler a reportagem sobre o encerramento das atividades do Colégio Marista Cearense.
Já se sabia que o gigante definhava. Porém, por maior que fosse sua agonia, por pior que fosse seu calvário, por mais grave que fosse sua saúde, havia sempre a esperança de que ele se soerguesse.
O paciente terminal já tem dia certo para a retirada dos aparelhos que teimosamente ainda o mantêm vivo: 31 de dezembro de 2007.
Como não lembrar de sua suntuosa fachada, sua doce capela, suas majestosas escadarias de madeira, seu enorme pátio interno, sua cantina, seu auditório, suas quadras, seu campo de futebol, seu belíssimo ginásio poliesportivo, seus deliciosos bebedouros da mais pura água mineral, seu lindo aquário, seus amplos corredores e suas imensas e arejadas salas de aula?Como se esquecer das Olimpíadas Champagnat, do Grêmio José de Alencar, da Feira de Ciências, daquele maravilhoso hino que até hoje impregna meus ouvidos, dos bravos Irmãos Maristas, dos dedicados professores, dos eficientes funcionários que nos tratavam como filhos e das imensas e intensas amizades que cultivamos até os dias atuais?
Ao Colégio Cearense do Sagrado Coração — era assim que todos os seus alunos iniciavam o cabeçalho das atividades escolares — devo, juntamente com a minha família, tudo o que há de melhor em mim: gratidão, formação de caráter, honra, ética, dignidade e respeito às pessoas, aos animais e à natureza.Cerram-se as portas e os janelões daquele que ao lado do Liceu do Ceará foi a maior instituição de ensino alencarino.Como diz um trecho da letra de seu magnífico hino
“... em todos os instantes do nosso combater, sejamos constantes e fiéis até morrer”.
Estou de luto. O Estado do Ceará mais ainda.
