Um dia antes, a ansiedade. Falta cada vez menos tempo para o Vozão entrar em campo. É mais da metade da população vibrando antes mesmo de o jogo começar. No momento em que a equipe adentra o gramado, criançada à frente, antevendo futuro promissor, coração balança forte, começa a pular para cima e para baixo, se mover de um lado para o outro. Emoção pura. Do campo para as arquibancadas, os jogadores fervem o sangue com o que assistem, bandeiras tremulando, sons que fazem o concreto balançar. Isso é o meu Ceará.
Bola rolando, jogadores totalmente de branco, seja variando com o preto, se deslocam, ora lentamente, por vezes com rapidez, e a voz já quase rouca - mas não menos forte - do mais numeroso público do Nordeste e um dos maiores do País, começa a pedir garra e, se atendida, sabe retribuir. Vitória no campo, no dia seguinte açougueiro e feirante baixam os preços, vendem sem lucro, camelô dá quase de graça, para que ganhar mais? Afinal, o Ceará deles venceu, eles são vencedores, é o que de mais importante há. Torcer Ceará é isso. Isso é torcer Ceará.