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Capital do Ceará, Ceará, Brazil
cearense,ex aluno Marista,canhoto,graduado em Filosofia pela UECE, jogador de futebol de fds, blogueiro, piadista nato e sobretudo torcedor do Ceará S.C. Não escreveu livros, não tem filhos e não tem espaço em casa para plantar uma árvore.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Copa do Brasil, 1994: um vice-campeonato ainda engasgado

Por Ciro Câmara, na edição deste domingo (9 de Agosto de 2009) do Jornal O POVO

“És o time das grandes campanhas”. O verso do hino do Ceará Sporting Club nunca esteve tão em voga quanto na temporada de 1994. No ano marcado pelo tetra mundial da seleção brasileira e pela morte de Ayrton Senna, a campanha do vice-campeonato na Copa do Brasil conseguiu rivalizar com os demais fatos, pelo menos para os alvinegros. Amanhã, o feito completa 15 anos.

A campanha consolidou nomes, como os de Sérgio Alves, Vitor Hugo e Airton na galeria de ídolos do clube; derrubou gigantes como Palmeiras e Internacional; e levantou polêmica que rende até hoje: afinal, Sérgio Alves sofreu ou não o pênalti que renderia o título ao Vovô, na decisão contra o Grêmio?

A campanha alvinegra começou sem empolgar. Dirigido por Mauro Fernandes, o Vovô sofreu para desclassificar o Campinense (PB) - vitória em casa por 2 a 0 e derrota fora por 2 a 1, com vaga garantida no saldo de gols. Os resultados vacilantes custaram o cargo de Fernandes, substituído por Dimas Filgueiras, ex-atleta e funcionário do clube.

A missão era não fazer feio na segunda fase, diante do poderoso Palmeiras de Vanderlei Luxemburgo. O goleiro Chico afirma que a entrada de Dimas foi decisiva para a arrancada do time. “Quando o Dimas assumiu a coisa se transformou, criou um novo ânimo”, lembra o atual auxiliar-técnico do Ferroviário.

Após o empate sem gols no Castelão, o time abriu o placar em São Paulo, com gol de Jaime. O Verdão empatou. O resultado foi o suficiente para a classificação. O atacante Sérgio Alves diz que “caiu a ficha” do potencial da equipe após esse jogo. “Ali, percebemos que podíamos ir longe”.

Em seguida, veio o mata-mata diante do Internacional. O Vovô bateu os colorados por 1 a 0, no Castelão, gol de Gerônimo. Na partida da volta, o mesmo Gerônimo marcou para o Alvinegro, derrotado por 2 a 1, mas classificado por ter mais gols fora de casa. “Houve uma pressão grande e tivemos a capacidade segurar aquele resultado”, destaca Chico.

A semifinal foi diante de outra surpresa: Linhares (ES). O primeiro jogo, no Castelão, empate sem gols. Na volta, o Ceará bateu os adversários por 1 a 0, gol de Sérgio Alves. Restava um obstáculo para o título. O time iniciava o mata-mata contra o Grêmio em casa, em 7 de agosto. No Castelão com 53 mil pagantes, o jogo foi de baixo nível e o placar terminou em 0 a 0. O resultado não frustrou os alvinegros, preocupados em não tomar gols em casa.

Três dias depois, o Ceará se via no estádio Olímpico (RS). O Grêmio partiu para o sufoco e, aos 3min, marcou com Nildo. Os gaúchos tiveram oportunidades de aumentar no primeiro tempo. Na etapa final, o Alvinegro conseguiu equilibrar a partida mas não alcançou o empate, que daria o título. Ficou ainda a reclamação sobre pênalti sobre Sérgio Alves, considerado regular pelo árbitro Oscar Roberto de Godói. Uma revolta que dura 15 anos.

Desde então, nenhuma equipe local conseguiu chegar tão próximo de um título de máxima expressão nacional.

COPA DO BRASIL
GRÊMIO
1 - Danrlei; Ayupe, Paulão, Agnaldo e Roger; Pingo, Jamir, Émerson e Carlos Miguel (Wallace); Fabinho e Nildo (Carlinhos). Técnico: Luís Felipe Scolari
CEARÁ 0 - Chico; Ronaldo, Aírton, Vítor Hugo e Claudemézio; Mastrillo, Ivanildo, Elói e Catatau; Jerônimo e Sérgio Alves. Técnico: Dimas Figueiras
Local: estádio Olímpico, em Porto Alegre
Data: 10/8/1994
Árbitro: Oscar Roberto Godói
Público: 49.263 pagantes
Gol: Nildo, aos 3min do 1ºT
Campanha do Ceará: 22/2 - Ceará 2×0 Campinense (Ronaldo e Ney); 25/3 - Campinense 2×1 Ceará (Catatau); 18/5 - Ceará 0×0 Palmeiras; 29/5 - Palmeiras 1×1 Ceará (Jaime); 4/6 - Ceará 1×0 Internacional (Gerônimo); 8/6 - Internacional 2×1 Ceará (Gerônimo); 23/7 - Ceará 0×0 Linhares; 30/7 - Linhares 0×1 Ceará (Sérgio Alves); 7/8 - Ceará 0×0 Grêmio e 10/8 - Grêmio 1×0 Ceará.

ONDE ANDA

> Chico (goleiro) - Atualmente trabalha como auxiliar-técnico do Ferroviário
> Ivanoé (goleiro) - Abandonou o futebol em 2006 e hoje mora em Quixadá
> Airton (zagueiro) - Trabalha como segurança e disputa campeonatos de subúrbio
> Aldemir (zagueiro) - É gerente do Ferroviário
> Ronaldo Salviano (volante) - Era árbitro e agora treina o Maguary
> Ivanildo (meia) - Mora em Fortaleza
> Roberto Carlos - (lateral ) - Supervisor do Horizonte
> Jaime (lateral) - Atua como amador, em Sobral
> Zé Ricardo (meia) - Mora no Rio de Janeiro
> Malhado (lateral) - Reside em Recife
> Claudemir (atacante) - É frentista na Capital
> Elói (meia) - Mora no Rio de Janeiro
> Claudemésio (lateral) - É de mototaxista em Fortaleza
> Da Silva (zagueiro) - Disputou a 3ª Divisão estadual pelo São Benedito
> Vitor Hugo (zagueiro) - Atua como técnico de futebol
> Sérgio Alves (atacante) - Continua no clube.Tem 39 anos
> Mastrillo (volante) - Treina o River do Paiuí
> Gerônimo (atacante) - Mora em Maceió (AL)
> Catatau (atacante) - Tem uma fábrica de papelão, em Campinas (SP).
> Nonato (atacante) - Falecido
> Dimas Filgueiras (treinador) - É funcionário do Ceará.
> Paradeiro desconhecido - Niltinho, Bizu, Ney e Rildo (atacantes), Renato Martins (lateral esquerdo), Eugênio (zagueiro) e Cafu (lateral)

Esse ano foi marcante pra mim, não pelo tretracampeonato da Seleção Brasileira, mas pela campanha bonita que o Ceará teve naquele ano. Confesso que chorei muito ao final do jogo, e fui para quase todos os jogos dessa campanha (excluindo a do Linhares-ES).
Valeu Ceará, tive, tenho e terei orgulho de ser alvinegro, espero que o ano de 2009 seja um ano de alegrias.

Da-lhe Ceará.