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Capital do Ceará, Ceará, Brazil
cearense,ex aluno Marista,canhoto,graduado em Filosofia pela UECE, jogador de futebol de fds, blogueiro, piadista nato e sobretudo torcedor do Ceará S.C. Não escreveu livros, não tem filhos e não tem espaço em casa para plantar uma árvore.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Celebração 3.0

 
 
Muito mais do que apenas uma formalidade. É assim que considero cada data de aniversário. É sempre uma data para se rever o próprio projeto de vida. Analisar as potencialidades e acompanhar o andamento do que havíamos planejado.

Os animais já nascem prontos. Já nascem contendo em seu código genético tudo aquilo que poderão ser. Um joão-de-barro constrói ninhos da mesma forma que todos os seus antepassados. Eles não acumulam e transmitem conhecimentos de geração a geração como o homem. Este, ao contrário, é um ser por se fazer. Ele não nasce pronto.

O aniversário, como recordação do dia em que chegamos a este mundo, serve também servir para nos lembrar que seria muito mais fácil para nós não existir do que estarmos vivos aqui.

Em categorias aristotélicas, dizemos que se hoje existimos, isso quer dizer que existimos em ato. Mas antes disso existíamos em potência. Passamos então da potência ao ato.

Quantas pessoas existem hoje apenas em potência, mas nunca chegarão a existir em ato! Dizendo de outra maneira, quantas pessoas poderiam existir, mas não existem, e nunca existirão! E pensar que somos justamente nós que existimos...

Assim, todo "feliz aniversário" que se ouve deve ser, no fundo, um reconhecimento de que a existência do aniversariante neste mundo é querida, desejada e reconhecida.

E toda omissão desse tipo de felicitação é afirmação tácita de que sua existência é indiferente. De que, se ele nunca tivesse passado da potência ao ato, o mundo seria pouco diferente do que é.

E é com discursos desse tipo que eu gosto de congratular os aniversariantes. Com essa chamada à reflexão, a se tornarem melhores, a se construirem, a se fazerem a si próprios a cada dia. A pensar que as probabilidades de não existirmos sempre foram esmagadoramente maiores do que a de existirmos.
 
Querida agradecer a Ca mila O. Lopes por ter revisado esse texto, que foi escrito com o coração.
 
Thiago Oliveira Braga