Marista quer virar PUC
Jocélio Leal
22/09/2007
Com o fim do Colégio Cearense, o foco agora da mantenedora é transformar a Faculdade Católica do Ceará, antiga Faculdade Marista, em referência na área de comunicação e design. Estão elaborando projetos pedagógicos para novos cursos na área. Segundo a diretora acadêmica, Manuela Suassuna - sim é parente (Ariano é tio-avô dela) - a estratégia é reforçar o posicionamento. Mais adiante, porém, há um objetivo mais ambicioso. Querem transformar a Faculdade numa Pontifícia Universidade Católica, a PUC-CE. Para isso terão de ampliar o leque de cursos. Hoje já trabalham em projetos com a PUC-RS e com a PUC-PR, ambas maristas.
O fim do Colégio Marista, também conhecido como Cearense do Sagrado Coração, é mais um quadro na galeria das escolas católicas que cerram as portas em Fortaleza.
Seguem apenas na memória Stella Maris, Dorotéias e São Rafael, por exemplo. Exceções ao histórico recente são o Colégio Santa Cecília, na Aldeota, com bom conceito e boa presença no mercado; e o Nossa Sra. das Graças, no Bairro de Fátima; e o Santo Inácio, na Aldeota. Manuela avalia que as escolas católicas restantes precisam se unir, investindo num posicionamento único. "É necessário mostrarem o valor diferenciado que têm na educação, na medida em que em geral os colégios focam apenas no vestibular", exorta.
ARGUMENTO GEOGRÁFICO Manuela Suassuna - deslocada de Recife para Fortaleza para sanar a crise no colégio e tocar a expansão da faculdade, atribui a derrocada do Colégio a uma série de motivos, mas destaca uma razão geográfica. Aponta a transformação do Centro em área comercial e não mais residencial. "Temos pesquisas que mostram ser determinante para os pais escolher uma escola perto de casa". Há 10 anos tinham 4,5 mil alunos. Hoje tem 549. Ficou inviável. Em todo caso, há que se lembrar a expansão do Colégio Ari de Sá, a 200 metros do Cearense, e o êxito do 7 de Setembro, com duas sedes no Centro. Ambos também com foco na classe média.
A direção do Colégio Marista chegou a pensar em continuar com a sede do Centro. Trouxeram três profissionais do escritório central da rede Marista, em Brasília. Um de inteligência competitiva, outro de planejamento estratégico e mais um de Recursos Humanos. Acabaram ratificando que não daria mais. Do total de 150 funcionários, 94 são professores. Como não são exclusivos, vão se virar. Já os funcionários administrativos terão mais dificuldade. Para atenuar, contarão com um profissional para ajudar na recolocação.
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