Foi iniciada nos últimos dias mais uma nova etapa do “Plano Nacional de Idiotização do Futebol Brasileiro”. O João Sorrisão surgiu como personificação do torcedor de futebol brasileiro, pelo menos para quem controla o futebol nesse país.
Idealizado pela TV Globo, através dos ministros da pornochanchada esportiva Tadeu Schmidt e Tiago Leifert, a maneira de se cobrir o futebol no Brasil vem se transformando em comédia barata, que abandona os princípios básicos do bom Jornalismo e passa a tratar o torcedor (e o público em geral) como o próprio "João Sorrisão", que ri estupidamente de tudo. A manipulação do maior veículo de comunicação do país é tão grande, que a cultura nacional que envolve o futebol já começa a ser modificada por essa maneira de tratar o esporte como um circo, onde o palhaço está sentado na arquibancada e no sofá.
E antes que alguém diga “troque de canal”, uso essa tuitada do mestre Xico Sá para defender o direito de dar meu pitaco. E claro que não posso generalizar e dizer que todos os veículos de comunicação tratam o torcedor como babaca. A ESPN Brasil (canal fechado de TV) faz um trabalho primoroso, com jornalismo esportivo de altíssima qualidade que trata seu público com respeito. Mas a “massa” vê futebol na telinha do plim plim, por isso o efeito é devastador.
Vivemos atualmente, talvez o período mais sujo da história do futebol. Estamos diante de uma série de escândalos gigantescos na FIFA, que envolvem até o pescoço o dono do futebol brasileiro Ricardo Teixeira, presidente da CBF (parceira comercial da TV Globo). A maior emissora do país esquece do seu compromisso com o jornalismo e não divulga absolutamente nada sobre os sérios problemas da FIFA, de Ricardo Teixeira e o caos generalizado que é a organização da Copa do Mundo de 2014, financiada quase inteiramente com dinheiro do povo.
No lugar do Jornalismo, que deveria cobrir o esporte como cobre a política e a economia, (até por ser um dos assuntos de maior interesse da população brasileira), temos a desmoralização desse tipo de cobertura dando lugar ao humor idiota feito para idiotas. O novo modelo é amplamente promovido pela emissora, que detém os direitos de transmissão (entenda “o poder supremo”), de quase tudo relacionado ao futebol nesse país. Tratar o futebol como comédia pastelão, de deixar constrangido Carlos Alberto de Nóbrega, é regra e padrão editorial na emissora que controlar tudo que o público vê.
Há o empobrecimento da cobertura simples do futebol no seu dia-a-dia. Quer um exemplo? Dias atrás, na edição mineira do Globo Esporte, foi feita uma entrevista com o zagueiro uruguaio Victorino, do Cruzeiro. Qual foi o assunto em pauta com o defensor? Pasmem! Foi a maneira peculiar com que ele corre até a bola em uma cobrança de pênalti. Isso mesmo, o único jogador do futebol mineiro convocado para a Copa América é convidado a falar sobre sua "corridinha" e não sobre a maior competição de seleções do continente. Era exatamente sobre isso que o João Sorrisão, queria saber, não é mesmo?
É aí que o tal João Sorrisão entra. Ele é a exata personificação do que a turma do novo jornalismo esportivo acha ser o torcedor brasileiro. Um babaca sem pés e mãos, que balança de um lado para o outro de acordo com a pancada que recebe na cara, que tem a boca não para falar, mas apenas para sorrir e babar. Jogadores, na maioria das vezes sem formação educacional nem estrutura familiar para emitir opinião sobre o próprio ofício, também possuem personalidade de João Sorrisão. Caem como patinhos na nova onda de promover personagem tão simbólico.
Mas a minha revolta é inútil. A idiotização do futebol brasileiro não vai acabar. Sabe por que? Porque há quem goste disso. De João Sorrisão esse país tá cheio.
Volta Léo Batista!!!
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