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Capital do Ceará, Ceará, Brazil
cearense,ex aluno Marista,canhoto,graduado em Filosofia pela UECE, jogador de futebol de fds, blogueiro, piadista nato e sobretudo torcedor do Ceará S.C. Não escreveu livros, não tem filhos e não tem espaço em casa para plantar uma árvore.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Patativa prisioneira


Antonio Gonçalves da Silva, no registro civil, Patativa do Assaré, nome poético adotado Patativa como o pássaro do Assaré, associado à cidade onde nasceu em 05 de março de 1909 no sítio Serra de Santana município do Assaré - Ceará. Homem simples, camponês sem currículo escolar, poeta de maior expressão do verso no nordeste brasileiro.


Seus poemas são cantados por grandes ícones da música popular brasileira, lançado por Luiz Gonzaga o Rei do Baião e seguido por outros artistas consagrados como: Elomar, José Geraldo, Zé Ramalho, Elba Ramalho e muitos outros. Patativa é agraciado como Doutor Honóris Causa por quatro universidades, Cidadão Honorário de Fortaleza e Cidadão Honorário de Potiguar.


Viveu trabalhando na roça até aos 70 anos de idade, mudando-se para a cidade quand o foi impedido de trabalhar na roça devido a vista curta do olho bom, pois o outro olho perdera aos 4 anos de idade; ouvindo pouco e aleijado por atropelamento. Viveu 93 anos. Foi personagem de documentários e filmes em curta e longa metragem; autor de roteiro musical de filme; tem 06 livros publicados, participação em coletâneas e antologias.


Sua obra serviu de tema para acadêmicos no Brasil, na França e na Inglaterra; gravou alguns discos com seus poemas; por 03 vezes o aplaudiram com seus versos no Memorial da América Latina, em São Paulo; a sua cidade o eternizou num Memorial para acomodarem nele haveres, safras poéticas produzidas por Patativa do Assaré.


Em 2008 na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará tramitaram dois Projetos de Lei em homenagem a ele, sendo que um marcava a data de seu nascimento como “O Dia Cearense da Poesia”. Patativa é admirado por todos os poetas e amantes da poesia popular brasileira . O Brasil comemora o primeiro centenário do maior poeta do século XX.


Nessas três estrofes em quadra, recitando-as em plena rua, citou a situação de abandono da administração municipal. Um policial o prendeu “por desacato a autoridade política” na sala livre da cadeia, cantava uma patativa engaiolada, Patativa então cantou:


“Patativa descontente,
Nesta gaiola cativa
Embora bem diferente
Eu também sou Patativa.


Linda avezinha pequena,
Temos o mesmo desgosto,
Sofremos a mesma pena
Embora, em sentido oposto.


Meu sofrer e teu penar,
Clamam a divina lei:
Tu, presa para cantar,
Eu. Preso porque cantei”.

Patativa foi espetacular. Feliz aquele que teve contato com sua obra e sobretudo sua história.

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